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64% dos brasileiros rejeitam anistia a golpistas, aponta PoderData

A pesquisa PoderData, divulgada nesta sexta-feira (3), revelou que 64% dos brasileiros são contra a anistia para os golpistas do 8 de Janeiro. Em março, a mesma pesquisa havia indicado que eram 51% os contrários ao perdão, o que indica que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do “núcleo crucial” do golpe, somada às mobilizações contra a pauta bolsonarista (em defesa da Soberania e pela rejeição da anistia e PEC da Blindagem/Bandidagem), contribuiu para o aumento de 13 pontos percentuais entre os que desaprovam qualquer tipo de absolvição.

Já os que são favoráveis à anistia caíram de 37% para 27% no atual levantamento, que realizou a pesquisa entre os dias 27 e 29 de setembro. Os que não responderam eram 12%, em março, e agora são 9%.

Os entrevistados foram questionados da seguinte forma: “Mais de 1.500 pessoas foram presas por causa do vandalismo em Brasília em 8 de janeiro de 2023. O Supremo condenou a maioria a até 17 anos de prisão. Há um projeto agora no Congresso propondo anistiar e soltar essas pessoas. Você é a favor ou contra a anistia?”.

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Quando é feito um recorte entre os eleitores do presidente Lula [no 2º turno das eleições de 2022], os que condenam a anistia chegam a 74% (a favor são 20%, não responderam 6%). Mesmo entre os bolsonaristas, a maioria se coloca de forma contrária à proposta, 55% (a favor são 33%, não responderam 13%). Entre os que votaram em branco e nulo na ocasião, 54% são contra o projeto de perdão, 34% a favor e 11% não responderam.

O levantamento do grupo Poder360 Jornalismo ouviu 2.500 pessoas em 178 municípios de todos os estados e o Distrito Federal. O intervalo de confiança é de 95%, com margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Dosimetria

A tentativa de anistiar os condenados ainda permanece viva entre os bolsonaristas, porém a grande rejeição à proposta deve ser determinante para que o Projeto de Lei 2.162 de 2023 não avance.

A grande mobilização de 21 de setembro foi responsável por levar alguns recados da população ao Congresso: contra qualquer proteção à impunidade cometida por parlamentares (PEC da Blindagem/Bandidagem) e taxativamente pela rejeição da anistia.

O governo federal se opõe ao projeto chamado de PL da Dosimetria, que já teve o seu regime de urgência aprovado na Câmara, portanto pode ser pautado diretamente no Plenário. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator da proposta, tem se movimentado para reduzir consideravelmente a pena dos condenados, escamoteando uma anistia na proposta, pois, na prática, deixaria os presos em regimes brandos, como semiaberto ou domiciliar, podendo avançar para a liberdade condicional.

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O maior beneficiado seria Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos. Ele poderia ter a pena reduzida para apenas um ano e sete meses de prisão domiciliar – um verdadeiro escárnio pela gravidade de seus crimes, ao liderar a tentativa de golpe de Estado.

A bancada do PCdoB, liderada pelo deputado Renildo Calheiros, já se posicionou de forma contrária à proposta de Paulinho da Força: Essa dosimetria que está sendo apresentada é vista por nós como outro tipo de anistia. Então o PCdoB será contrário”, afirmou.

Mobilização e resultado

Recentemente, as ruas também mostraram ao Congresso sua união em favor de pautas que promovam o avanço nacional, como no caso da aprovação da isenção do Imposto de Renda.

A proposta foi acatada de forma unânime pela Câmara dos Deputados, sendo que os deputados bolsonaristas ficaram com receio de uma repercussão negativa ligada aos seus nomes por se oporem a uma medida tão essencial para a justiça tributária brasileira.

A pressão em torno dessa pauta encurralou a extrema direita e mostrou a força do campo progressista, indicando como deve agir para garantir avanços em outras frentes e impedir retrocessos. Foi assim com a PEC da Blindagem, e a expectativa é que ocorra também em relação à proposta de anistia.

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