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Centrais sindicais repudiam chacina e cobram ação do governo federal

A barbárie que tomou conta do Rio de Janeiro nesta terça-feira (28) — com mais de 130 mortos em uma única operação policial — provocou indignação nacional e reação imediata do movimento sindical. Em nota pública, as principais centrais do país — CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Intersindical e Pública — condenaram o massacre e exigiram que o governo federal e o Supremo Tribunal Federal atuem com firmeza para conter o avanço da violência institucional no estado.

O documento, assinado pelos presidentes das entidades, denuncia a Operação Contenção, conduzida pelo governo de Cláudio Castro, como uma política de segurança que “em vez de proteger, extermina”. As centrais classificam o episódio como uma das maiores chacinas da história recente do Brasil e alertam que o país não pode aceitar a banalização do assassinato promovido pelo próprio Estado. Confira a íntegra abaixo.

Nota pública das centrais sindicais sobre a chacina no Rio de Janeiro

O espetáculo de barbárie ocorrido no Rio de Janeiro em 28 de outubro, que deixou um saldo macabro de mais de 130 mortos, fere a consciência nacional e envergonha o Brasil perante o mundo.

O massacre, resultado da Operação Contenção, revelou uma trágica e inaceitável política de segurança pública que, em vez de proteger, extermina. Trata-se de uma chacina de proporções históricas, com repercussões devastadoras para qualquer ser humano que valorize a vida e o Estado de direito.

A ação, desastrosamente comandada pelo governador Cláudio Castro, não apenas vitimou moradores das comunidades, mas estigmatizou toda a sociedade carioca, reforçando estereótipos, o medo e o abismo social que divide o país. O crime deve ser combatido, sim — com firmeza, mas dentro dos limites da Constituição e da lei.

Quando o próprio Estado assume o direito de matar sumariamente, ele se converte, ele mesmo, em agente da ilegalidade. O nível de violência aplicado em plena luz do dia, em uma das maiores cidades do mundo, arrasta o país de volta à barbárie e da impunidade.

O Supremo Tribunal Federal, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, determinou que o governador Cláudio Castro preste informações detalhadas sobre a operação. A decisão marca um passo importante na tentativa de conter o avanço da violência institucional no país.

Reiteramos apoio à ação do STF e clamamos que o governo federal atue com firmeza para interromper a escalada de selvageria e descontrole que se abateu sobre o Rio de Janeiro.

O Brasil precisa reafirmar que não há paz possível fora da legalidade e que a vida — todas as vidas — deve ser o princípio e o fim de qualquer política pública.

São Paulo, 29 de outubro de 2025

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Nilza Pereira de Almeida, secretária Geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor

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