2018 vai gravitar em torno de Lula. Precisamos dialogar sobre isso
Foto: Ricardo Stuckert/IL
Se há povo, hoje, mobilizado em algum lugar esse lugar são as caravanas de Lula
Só Lula hoje leva gente a se mobilizar por política, por um diálogo que ao mesmo tempo resgata um tempo bom passado e projeta um tempo de reconstrução futuro.
Se a democracia não tivesse sido ferida com o golpe de 2016 e a perseguição a Lula, que é parte do golpe, não tivesse ocorrido, certamente Lula não seria candidato em 2018 e estaria buscando a renovação necessária no PT e no campo progressista.
Mas o golpe e a perseguição política obrigaram Lula a encarnar o anti-golpe e, obviamente, a sair em campanha, tendo o seu legado e a esperança tatuados no coração do povo.
Aí, não deu outra. Lula dispara nas pesquisas e sua candidatura se impõe.
É nesse momento que todo o movimento progressista e anti-golpista tem de ter a exata compreensão do papel que a gravidade natural de Lula pode exercer nessa etapa fundamental da reconstrução democrática.
Todo o processo golpista, principalmente o ódio destilado pela Globo e a perseguição promovida por Curitiba, pode ter aberto um caminho para a construção de uma nova aliança para a elaboração de um novo projeto nacional.
Assim como Brizola teve um peso importante para fazer Lula compreender melhor Getúlio e o Trabalhismo, o golpe pode ter consolidado em Lula uma compreensão ainda maior da importância da luta anti-neoliberal, incluindo o debate, antes rejeitado, de democratização dos meios de comunicação.
O caminho do retorno à democracia pode ser pavimentado por um projeto de caráter mais anti-neoliberal e com apontamentos que ampliem a questão da inclusão social com distribuição de renda, marco histórico do legado dos governos Lula e Dilma, para inclusão social, distribuição de renda e organização política das massas.
Mas uma sombra ainda paira sobre nós. A sombra do estado de exceção que tem na destruição de Lula seu único objetivo. O golpe ainda não terminou. Curitiba ainda opera seus desmandos. O campo fisiológico da política ainda flerta com o totalitarismo. E a mídia está aí, disposta a tudo para manter a volta do neoliberalismo e destruir Lula.
2018, do ponto de vista democrático, é uma incógnita.
Daí a importância dos diálogos que já estão em andamento dentro do espectro anti-golpista e progressista. Principalmente o diálogo com Ciro Gomes e com as lideranças do Nordeste.
Precisamos criar um amplo movimento de massas que traga a democracia de volta em 2018 e espante de vez a sombra do golpe.
E todos nós que lutamos contra o golpe sabemos que só a mobilização popular pode reverter tudo. E, hoje, essa mobilização popular está nas caravanas de Lula e pode estar, potencialmente, em um movimento pró-democracia que aponte um novo projeto.
No Brasil de hoje, o centro anti-golpista tem nome, tem legado e tem gravidade política suficiente.
O anti-golpe é Lula.
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Ricardo Jimenez é vice-Presidente e Coordenador do Setorial Direitos Humanos do PT de Ribeirão Preto
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